"Somos cães ou somos homens? Mas que grande confusão!"
A princípio, o fato de ser um texto curto, com poucas personagens, era o que parecia de mais atrativo. "Montamos em uns três meses no máximo!", imaginamos. Doce ilusão. A imersão no teatro épico de Brecht, o distanciamento e a busca por uma dinamicidade em um texto denso a ser apresentado na rua, para um público diversificado foi o que fez estes "três meses" se transformarem em "oito".
Põe texto, tira texto; leva e traz objetos de cena (quem vai levar o skate hoje?); cria marcações, desfaz outras; desenvolve laboratórios, descobre personagens (qual cachorro você é?), busca energia, chama profissionais de fora para acrescentar uma terceira, quarta visão. "Vamos marcar um ensaio aberto?", "Sim", "Não", "Ainda precisamos rever algumas coisas". Mais ensaio. Sob sol e... quando chove não dá para ensaiar, o local é aberto.
Para chegarmos aqui contamos com alguns colaboradores. O senhor José Miguel, que confeccionou o carrinho da artista, que chamamos carinhosamente de skate. O Guto, que sempre surgia para trazer uma luz à direção. E o Luiz Ernani? Um escritor talentoso que, generosamente, cedeu um de seus poemas para musicarmos e utilizarmos no espetáculo. Quantas conversas, via e-mail, acertando as burocracias para concessão dos direitos. Além da Juliana, a faz tudo do grupo. Só temos a agradecer.
Mas agora é pra valer. Tá tudo pronto (assim esperamos). Agora é mostrar o trabalho, se divertir; divertir o público. Com as bençãos de Brecht, Dionísio e São Pedro (que vai deixar um tempo legal para a apresentação), vem aí O Cachorro.
Abaixo, vocês podem conferir um pouco de como foi esse processo.
Ficha Técnica:
Elenco: Eliana Silva, Renato Ribeiro e Samir Antunes
Direção: Samir Antunes
Figurino: Renato Ribeiro
Adaptação: Samir Antunes
Música: Grupo Peripatéticos
Produção: Juliana Alves
Colaboradores: Guto Martins, José Miguel e Luiz Ernani